quarta-feira, 23 de março de 2011
. Dois caminhos
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
. A ( incômoda) felicidade
Observo de fora e vejo o quão incômoda pode ser a felicidade de outros para alguns.
Uns reclamam, outros esperneiam, outros tantos fazem olhares de desdém e fofoca.
Dica? Indiferença.
Está pra existir um sentimento que mais corroa por dentro e mate os invejosos, mal amados e reclamões.
Sentimento cruel e venenoso como as mentes e línguas que destilam suas infelicidades por aí.
Morrem pela boca, sofrem nas pequenezas, juntam-se aos iguais e discutem o pó.
Duvidam até do nada.
Enquanto se afogam no lodo e se auto-destroem como pragas corrosivas, os felizes continuam como sempre.
Suspensos em outro plano, alheios à tão pouca coisa, eles permanecem como deveriam:
Felizes.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
. Sinuosidade permanente
Digito seu nome e me vem uma avalanche de lembranças.
Olho em volta e não acho o teu cheiro, nem a sua sutil silhueta.
Falo de você, mas como boa egocêntrica que sou, quero falar de mim.
Falo de mim por você.
As palavras um dia já foram mais claras. As letras mais fortes, em negrito.
O meu sentimento já foi mais profundo.
Mas, conforme a carta que envelhece, os momentos que passam, os presentes que ficam, assim como eles, o meu sentimento se esvaiu.
Foi-se com você. Não reconheço mais você. Não mais me reconheço.
Me perdi nas suas linhas agora fracas, mas que ainda assim deixaram fortes marcas.
O contorno da ferida permanece. O desenho em alto relevo cravou mais fundo.
Foi até um pequeno espaço da minha alma que eu não via mais.
Aliás, há muito eu não enxergo. Só sinto. A visão eu tranquei junto com os odores característicos de um momento que não volta mais.
Falo de você para falar de mim, e ainda assim não consigo não deixar de falar de você.
Você.
domingo, 31 de janeiro de 2010
. Conexões
Conexão metafísica? Energia cruzada?
Qual seria a razão para sempre lembrar-me de você?
Apesar de todos os pesares, a conexão que existia entre nós, nunca foi rompida. Uma bela rasteira do destino. Foi-se você, com todas as suas manias, suas reflexões, angústias, com todos os seus sorrisos. E lágrimas também.
Mas o[(maldito (?)] link permaneceu.
Seria mais fácil que todas as nossas afinidades tivessem partido quando você partiu.
Mas como sempre, a ironia resolveu aparecer para tirar uma casquinha do momento.
Ela adora pregar uma peça na gente. Tudo bem. Decidi desistir de lutar. Agora eu me aliei à ela. Prefiro rir de todas essas situações ao invés de tentar me desvencilhar desses sinais em vão.
Aprendi a conviver com esses lampejos de você. Esses chamados silenciosos, que só eu posso ouvir.
A conexão nunca foi perdida. Nem nunca será.
Tal qual a ironia que nos mantém unidos, você ri daí e eu rio daqui. E assim mantemos o contato que sempre tivemos. Just like that.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
. impulsos primitivos
Chorar de dor.
Correr por fora.
Morrer por dentro.
Lutar por dúvidas.
Sentir incômodos.
Perder o bom senso.
Imaginar outras pessoas.
Tentar se achar.
Cadê eu?
A sensação de perda é desesperadora, e a angústia por achar-se pode ser ainda mais enlouquecedora. Quando se trata de sentimentos é difícil racionalizar situações, parecer lógica ou centrada. Some tudo, corre todas as letras da sua boca, a polidez se esvai e sobra apenas aquilo que somos em essência: animais ariscos, animais violentos, animais. Animais na pior conotação que pode haver.
domingo, 10 de agosto de 2008
Perdição

De agonias de ventos fortes, pulsantes.
domingo, 20 de julho de 2008
Balé de dois.

Avança com passos de bailarina, mistura o norte com o oeste.
E de lestes viventes pulsa o brilho de um solo deslizante.
Não cai nas tentativas de um número para um teatro intimista.
Uma dança ensaiada, um calor circundante, um afeto bailante.
Quantos voltas e desvoltas de um sorriso pra lá de vibrante.
Perdeu o tempo que sofreu, ganhou o futuro que reinará.
Importa a noção limitada de um relógio que marca a hora errada?
Pois não, não há tempo contado, não há hora determinada.
É do infinito, do espaço, do vácuo que então existe tudo.
Existirá o tudo, o mundo e o sempre.
De sempres, eternos, constantes e levantes do silêncio então,
Parará o tempo, congelará o momento e assim retornará.
Retornará aos passos de bailarina, cheios de sabores de sul,
E esperanças de inúmeras direções.
Está para chegar o dia do espetáculo final, a dança triunfal.
Lacunas a serem preenchidas.
Novos passos a serem criados.
Balé de dois.